Homenagem à nossa mentora Maria Zuleika

Hoje todos nós estamos com nossas orações direcionadas à queridíssima Maria Zuleika Ferreira Gomes Cardim de Queiroz Guimarães, que partiu para a casa do Pai Santíssimo sete dias atrás, e em agradecimento a Deus e a Maria Santíssima pela oportunidade que nos foi proporcionada de vivenciar ensinamentos tão nobres e na Fé, com essa mulher de personalidade única que encantou e continua encantando a muitos.

Junto com seu marido Luis Octávio, ela foi nossa mentora no instituto e na vida, transmitindo muito dos ensinamentos que hoje buscamos repassar com nossos projetos. Grande amante dos livros e literatura, tinha entre seus preferidos de infância O Pequeno Príncipe e as histórias de Condessa de Ségur, como o divertido General Dourakine, que guardou com carinho, embalado em plástico verde, para presentear os netos anos mais tarde.

Amava também as outras artes: bordava, tocava piano e dançava balé. Ganhou sua primeira sapatilha do pai quando era jovem. Feita em cetim de seda e solado de madeira, à mão. Guardou-a por décadas, junto a tules, figurinos e outros adereços que traziam as lembranças da época em que dava piruetas no Teatro Municipal de São Paulo, dançando sozinha, na ponta dos pés, A Morte do Cisne, de Camille Saint-Saens. Por volta desta época, aos 15 anos, teve sua festa de debutante. O vestido amarelo era transpassado em tule e com muitas saias, parecia ter saído de um conto de fadas.

Deixou o palco para dedicar-se aos estudos e formou-se em biblioteconomia em uma época onde muitas mulheres ainda tinham que lutar pelo seu direito de estudar, sempre nos incentivando amar os livros e nos tornarmos ávidos leitores. Ela que escolheu com quem se casaria, onde iria morar e com quem, fez parecer que a vida na fazenda criando seus oito filhos e depois dezesseis netos não era tão complicada assim.

Casou-se na Catedral da Sé, ao som do órgão recém inaugurado vindo de Milão. E pelos 65 anos que se seguiram manteve firme as palavras que proferiu naquele dia: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando, respeitando e sendo fiel em todos os dias de sua vida.

Fidelidade não somente ao esposo, mas a Deus acima de tudo. A Ele serviu através de seu Matrimônio, família, trabalho diário e dedicando seu tempo e sua casa para que mais pessoas pudessem encontrá-Lo nos retiros que organizava para a pastoral familiar e da crisma na Fazenda São Pedro. Seu jeito meigo e devoto foi e sempre será um exemplo para todos.

Obrigada, vovó, você nos fez crescer e ser o que somos hoje!

Um abraço apertado de cada um de seus netos.

Amamos você.